Consultas públicas abertas para disponibilização de novos medicamentos para dermatite atópica

 Alteração no Protocolo do SUS pode mudar a realidade do tratamento de milhares de brasileiros



A Comissão de Incorporação Nacional de Tecnologia do SUS, que faz parte do Ministério da Saúde, abriu duas consultas públicas sobre a disponibilização de 3 medicamentos (abrocitinibe, baricitinibe, dupilumabe, upadacitinibe) para tratar a dermatite atópica moderada e grave. Uma delas voltada para crianças e adolescentes, e a outra para adultos. As consultas ficaram abertas até o dia 17 de julho. A doença, se não tratada corretamente, pode ocasionar complicações importantes como infecções de pele e alteração na glicemia. Em casos mais graves, leva a internação e hospitalização.

 


De acordo com o relatório da Comissão de Incorporação de Tecnologias do SUS, a Conitec, a incidência da dermatite atópica tem aumentado e afeta hoje de 10% a 15% da população brasileira, chegando a 2.664 indivíduos com a condição. Entre crianças e adolescentes, há indicação de que entre 6% e 8% tenham casos graves.

 


Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza somente uma tecnologia para tratamento da condição. A dermatite atópica é uma doença crônica, caracterizada por levar a lesões e coceira na pele que muitos médicos ainda têm muita dificuldade em diagnosticar corretamente, pois pode ser confundida com uma alergia. Para melhorar o acesso ao tratamento desta condição, a Conitec abriu duas Consultas Públicas, uma para adultos e outra para crianças e adolescentes:

 


Consulta Pública Conitec/SECTICS nº 37 — referente à proposta de incorporação do abrocitinibe, baricitinibe, dupilumabe e upadacitinibe para o tratamento da dermatite atópica moderada a grave em crianças e adolescentes. O assunto, apresentado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico–Industrial da Saúde (SECTICS/MS), pode ser acessado neste endereço eletrônico, junto ao formulário. O prazo de envio encerra em 17 de julho de 2024.

 


Consulta Pública SECTICS/MS nº 38, relativa às propostas de incorporação do abrocitinibe, baricitinibe, dupilumabe e upadacitinibe para o tratamento da dermatite atópica moderada a grave em adultos. O formulário está disponível para receber contribuições da sociedade a partir de hoje neste endereço, com prazo de encerramento estabelecido para 17 de julho de 2024.

 


A Coalização Vozes do Advocacy que vem lutando por causas importantes como diabetes e obesidade, está participando desse tema tão relevante para o país, e convida a todos a darem sua opinião a respeito disponibilização do medicamento. “A contribuição de cada um pode fazer a diferença na vida de milhares de pessoas”, afirma Vanessa Pirolo, coordenadora da Coalização Vozes do Advocacy.


 


Conclusões do estudo dos novos medicamentos


Segundo o próprio relatório da Conitec, as evidências indicam que para adolescentes com dermatite moderada a grave, todos os medicamentos avaliados (abrocitinibe, dupilumabe e upadacitinibe) apresentaram maior redução dos sinais clínicos e da intensidade da coceira e melhora na qualidade de vida, após 12 ou 16 semanas do início do tratamento, em comparação ao uso de placebo (substância 5 sem efeito). A avaliação da certeza dessas evidências foi considerada entre moderada a alta. Já entre as crianças com dermatite moderada a grave, o dupilumabe foi mais eficaz na redução dos sintomas, da intensidade de coceira e na melhora da qualidade de vida, quando comparado ao placebo, após 16 semanas do início do tratamento com o medicamento. Nesse cenário, a evidência foi considerada com certeza moderada.

 


Com relação aos adultos, todas as quatro tecnologias avaliadas (abrocitinibe, baricitinibe, dupilumabe e upadacitinibe) apresentaram maior redução dos sinais clínicos e da intensidade do prurido até a semana 16, em adultos com dermatite atópica moderada à grave. O upadacitinibe 30 mg/dia foi a tecnologia mais bem classificada entre as tecnologias avaliadas, seguido pelo abrocitinibe 200 mg/dia e pelo upadacitinibe 15 mg/dia.


 


Dermatite Atópica


É uma condição que provoca um processo inflamatório que geralmente aparece em regiões de dobras do corpo como braços, joelhos e pescoço e no outro momento pode levar a asma e rinite. O diagnóstico engloba a análise do quadro clínico apresentado e a avaliação do histórico, das formas de apresentação e da distribuição das lesões na pele. Além disso, é preciso levar em conta o tempo transcorrido desde os primeiros sintomas, a gravidade da doença, assim como a resposta a tratamentos anteriores, os possíveis fatores desencadeantes e o histórico familiar e alimentar. Nesse sentido, testes cutâneos podem ajudar a identificar fatores desencadeantes e potencialmente causadores de alergia.

 


Os objetivos do tratamento da dermatite atópica envolvem tanto a diminuição e alívio dos sintomas quanto a prevenção das crises e dos riscos terapêuticos, na medida em que não há cura para essa condição de saúde. Com respeito a isso, pode ser útil o uso de hidratantes para combater a alteração dos níveis de gordura da derme (camada intermediária da pele) e problemas na barreira protetora da pele, de forma a minimizar a entrada de microrganismos.

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