Espetáculo “Inferno” aquece temporada teatral no Molière

Foto: Mauricio Maia

Monólogo será apresentado pela atriz Ana Paula Bouzas aos sábados e domingos do mês de agosto

O que uma trabalhadora doméstica tem a dizer sobre o seu precioso trabalho, sobre ela mesma e, é claro, sobre suas patroas e patrões? Esta é a premissa do bem-humorado e provocativo monólogo INFERNO, espetáculo que traz a atriz Ana Paula Bouzas na pele de uma diarista nordestina que reflete sobre sua controversa e secular profissão, uma certa herança maldita recebida por tradição e que faz do seu cotidiano o próprio paraíso e inferno. A peça estreia no dia 5 de agosto no Teatro Molière, da Aliança Francesa Salvador, na Ladeira da Barra, permanecendo em cartaz todos os sábados e domingos do mês, sempre às 19h, com ingressos a R$60 reais (inteira).

Texto original escrito a quatro mãos pelos dramaturgos Rodrigo de Roure e Luiz Felipe Andrade, com direção de Fábio Espírito Santo, INFERNO é uma realização da MeiMundo Inventações Compartilhadas e nesta temporada tem o apoio da Luminosa Produções Artísticas, atual gestora do Teatro Molière.

O espetáculo aborda a conflituosa relação social entre trabalhadores domésticos e patrões, apresentando um dos muitos personagens que transitam em zonas de preconceito e invisibilidade na nossa sociedade, figuras que são tratadas como estereótipos e enquadradas em padrões de comportamento que acabam por subestimar a complexidade de suas existências. Para a atriz Ana Paula Bouzas, dar voz à diarista Vânia é tentar mexer em padrões de pensamento e convivência, mesmo que eles estejam insistentemente se impondo dentro e diante de nós.

“Fazer INFERNO é poder nos perguntar e nos provocar, artisticamente, meios de problematizar e despotencializar essa doença que é a desigualdade social e suas nocivas armadilhas cotidianas”, conclui.

Nos aqueça nesse Inferno!

O espaço estético onde ocorre toda a narrativa do espetáculo INFERNO nos remete, simbolicamente, a uma clausura, uma prisão, o "quartinho de empregada", o lugar escondido, reservado para nossa protagonista nos contar sua história. Sobre isso, o diretor Fábio Espírito Santo explica a escolha por um espaço reduzido para atuação, apenas um quadrado medindo 2,40mx2,40m: “O espaço cênico simboliza esse lugar de opressão que está presente ainda em boa parte das habitações urbanas, um vergonhoso cômodo da casa onde se guarda os entulhos de uma vida inteira.

E é este espaço opressor que, historicamente, é destinado às muitas Vânias desse país”. O nome do espetáculo, INFERNO, surge a partir da ideia do espaço imaginário no qual é inserido tudo aquilo que determinada parcela da sociedade não reconhece como puro, legítimo, sagrado, válido. “Inferno como uma realidade que não muda, que se repete contínua e historicamente, fazendo a personagem viver o que lhe legaram”, observa Rodrigo de Roure, um dos autores da peça. “Mas Vânia assume esse lugar como seu locus de resistência e faz da exclusão e da invisibilidade sua arma, tornando-se ‘demoníaca’ no sentido daquele que faz mundos se comunicarem, que promove o movimento, que instaura a rebelião”, completa Luiz Felipe Andrade, coautor da obra.

INFERNO é também o sexto trabalho solo realizado pela atriz, bailarina e coreógrafa Ana Paula Bouzas, profissional que atua como diretora, coreógrafa e preparadora de elenco em diversos projetos de cinema, tv e teatro, tendo trabalhado ao lado de artistas como Marilena Ansaldi, Ana Kfouri, Fátima Toledo, Nehle Franke, Luiz Marfuz, Fernando Guerreiro, Luís Carlos Vasconcelos, Wagner Moura e Lázaro Ramos, entre outros. Ana Paula foi premiada pela APTR 2008 (RJ) - Melhor Atriz Coadjuvante pelo musical “Dona Flor e seus Dois Maridos”. Seus recentes trabalhos em cinema estão nos filmes “Marighella”, “Medida Provisória” e “Urubus”.

Que Inferno é esse?

O monólogo INFERNO fez sua estreia em 2019, no Sesc Copacabana/RJ, tendo participado de festivais como a Mostra Fringe, no Festival de Curitiba/PR, e o Festto, em Teófilo Otoni/MG. Em Salvador, realizou temporada no Teatro SESI Rio Vermelho, em 2020, além de apresentações nos projetos Teatro GamboaOnLine/SSA, Sesc Virtualidades/BA, ambos em 2021.

A montagem é uma realização da Meimundo Inventações Compartilhadas, responsável pela criação do espetáculo de dança “Lá Vem Ela (SP,2023)”, inspirado em Rita Lee e dirigido por Ana Paula Bouzas em parceria com Jussara Setenta; o musical “Amor Barato – O Romeu e Julieta dos Esgotos” (Prêmio Aplauso Brasil-SP.2018), “Eu Organizo o Movimento” (RJ.2017), “Carmen, de Cervantes” (RJ.2016), além de outros trabalhos como o vídeo-dança “Melli” (BA.2021) e o podcast “A Letra da Canção” (RJ/BA.2020).

FICHA TÉCNICA

Atuação: Ana Paula Bouzas

Texto: Rodrigo de Roure e Luiz Felipe Andrade

Direção e ambientação cênica: Fábio Espírito Santo

Diretor Assistente: André Luiz Dias

Dramaturgista: Ronaldo Serruya

Figurino: Bettine Silveira

Cenotécnico: AC Costa

Realização: Meimundo Inventações Compartilhadas

Redes Sociais: @espetaculoinferno

Crédito das fotos: Maurício Maia

 

SERVIÇO

Espetáculo: INFERNO

Local: Teatro Molière da Aliança Francesa Salvador-Bahia (Ladeira da Barra) – 131 poltronas mais dois lugares para pessoas em cadeiras de rodas.

Dias: sábados e domingos – 5, 6, 12, 13, 19, 20, 26, 27 de agosto Hora: 19h

Ingresso: R$60 reais (inteira) / R$30 reais (meia-entrada)

Meia-entrada (40% da lotação do espaço)

● Professores, estudantes, artistas com documento comprobatório;

● Pessoas a partir de 60 anos

● Pessoas com deficiência e uma/um acompanhante dessas pessoas

● Jovens entre 15 e 29 anos que pertencerem a uma família com renda mensal de até 2 salários mínimos inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

Vendas exclusivamente pelo WhatsApp: (71) 99921-2368

Link na bio: @teatromoliere.oficial