Sociedade de Dermatologia lança campanha de prevenção ao câncer de pele focada em alertar sobre pessoas em maior risco de desenvolver a doença

Com o mote “Não espere até sentir na pele”, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lança, nesta semana, sua campanha anual de prevenção ao câncer de pele – o chamado Dezembro Laranja. A edição de 2022 coloca no centro dos debates os trabalhadores urbanos e rurais que estão diariamente expostos aos raios solares em virtude de sua profissão e também em horários de lazer. A iniciativa já faz parte do calendário nacional da saúde e ocorre desde 2014, sempre colocando o tema na agenda pública com estímulo à ações e medidas que visam trazer qualidade de vida e saúde para a população. 

“A prevenção ao câncer da pele é importante em todas as esferas da sociedade: desde aqueles que estão expostos ao sol por lazer até os que precisam trabalhar ao ar livre todos os dias. Por isso, queremos mostrar as formas possíveis de fotoproteção, como o uso de filtros solares e de barreiras físicas, como bonés, chapéus, óculos”, explica o coordenador da campanha e do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD, Renato Bakos. 

A prevenção ao câncer da pele pode ser feita diariamente e de forma simples: evite a exposição ao sol e proteja a pele dos efeitos da radiação UV. Entre as medidas indicadas pelos especialistas estão o uso de chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares; evite a exposição solar e permaneça na sombra entre 10 e 15 horas; use filtro solares com FPS 30 ou mais diariamente, e não somente em horários de lazer; consulte um médico dermatologista ao menos uma vez ano para um exame completo. 

Atendimentos – A iniciativa desse ano também ganha fôlego com a retomada dos mutirões gratuitos à população para identificar casos novos da doença. Os atendimentos estão previstos para acontecer em 3 de dezembro (sábado), de 9h às 15h. Ao todo, serão aproximadamente 100 postos cadastrados e espalhados pelo Brasil nos quais os pacientes contarão com o atendimento de especialistas da SBD e receberão informações sobre prevenção ao câncer da pele. Pacientes que tiverem alguma lesão suspeita serão encaminhados para tratamento. O acolhimento será feito por ordem de chegada, dentro de um número limitado de consultas. 

 “O mutirão é um dos pontos importantes da campanha da SBD. Nos últimos dois anos não tivemos como realizar essas ações em virtude da pandemia de covid-19. Por isso, estamos muito gratificados de poder retomar esse contato com a população, que é de extrema importância para a conscientização sobre o câncer”, diz Bakos. Em 2019 foram atendidas mais de 25 mil pessoas, em cerca de 130 postos, por todo o Brasil. Desde a sua implementação, em 1999, a iniciativa já beneficiou mais de 600 mil pessoas. 

Pandemia - Números oficiais analisados pela SBD mostram que mais de 17 mil casos de câncer de pele deixaram de ser diagnosticados no auge da pandemia de covid-19, entre 2020 e 2021. A situação afetou sobretudo a população com mais de 60 anos. No período, o total de internações em decorrência da doença também caiu 26%, segundo informações do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Durante o ano de 2020, momento mais crítico da pandemia de covid-19, foram realizados 17.227 diagnósticos a menos dessa doença do que em 2019. Isso significa que o número absoluto de casos registrados foi 24,7% menor do que no período anterior ao avanço do coronavírus. Além dos atendimentos, a campanha ganhará força nas redes sociais da entidade. Durante todo o mês de dezembro, serão publicados cards, vídeos e motions explicativos sobre o câncer e a importância de procurar um médico dermatologista em caso de aparecimento de mancha ou lesão suspeitas. Estão previstos ainda a participação de influenciadores e celebridades gravando vídeos incentivando a população a procurarem um médico de confiança e ficarem sempre atentos aos sinais. 

Outra ação presente nesta edição da campanha é a iluminação de prédios públicos e monumentos históricos ao redor do País na cor laranja na tentativa de chamar a atenção dos moradores para o tema. Entre as entidades que já confirmaram apoio à campanha estão a Prefeitura do Rio de Janeiro; Governo do Estado do Rio de Janeiro; Câmara Municipal de Niterói; Governo do Estado de São Paulo; Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais; Teatro Amazonas; Associação Médica Brasileira (AMB); o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2); o Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJMSP); o Conselho Nacional de Justiça (CNJ); a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas; entre outras. 

Conhecimento - O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado de células que compõem a pele. Elas se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo da doença. 

A doença pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Entre os sinais que fazem soar os alertas estão: lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente; pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; mancha ou ferida que não cicatriza e que continua a crescer, apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento. 

“É importante ficar atento aos sinais que o corpo emite. No entanto, é importante ressaltar que o exame clínico feito por médico dermatologista e potencial biópsia é que podem confirmar o diagnóstico de câncer da pele, efetivamente. Por isso, em caso de aparecimento de qualquer sinal diferente, o paciente deve procurar um médico”, enfatiza Bakos.

Em relação ao tratamento, há diversas opções terapêuticas para cuidar do câncer da pele não-melanoma. A modalidade escolhida muda conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos de menor complexidade. Dentre os tratamentos mais usuais estão cirurgia excisional; curetagem e eletrodissecção; criocirurgia; cirurgia a laser; Cirurgia Micrográfica de Mohs; e Terapia Fotodinâmica (PDT); além de radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e medicações orais e tópicas. Já para os casos de câncer de pele melanoma, o tratamento pode variar de acordo com a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. As variantes de modalidades cirúrgicas são as principais alternativas. “Em ambos os tipos de câncer, é de extrema relevância que o diagnóstico seja precoce para evitar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas do corpo, em casos de baixa letalidade, ou piora da qualidade de vida e até morte, em casos mais graves. Boa parte dos cânceres de pele podem ser curados com tratamentos iniciais”, esclarece o coordenador do Dezembro Laranja 2022.

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