Moradores de Busca Vida pedem após cenário de devastação ambiental provocado pelas fortes chuvas

A Comissão de Meio Ambiente do Condomínio Busca Vida (CBV) está solicitando ajuda ao Poder Público de Camaçari para uma limpeza urgente das praias da região que foram tomadas por uma enxurrada de materiais flutuantes que desceram até a foz do Rio Joanes, entre as praias de Buraquinho (Lauro de Freitas) e Busca Vida (Camaçari). Para piorar, toneladas de baronesas (de nome científico Eichornia crassipes), planta aquática considerada como uma das 100 de maior potencial invasor e que se desenvolve em ambientes poluídos, estão presas sob a ponte do Rio Joanes (Estrada do Coco, km 7,5), com potencial de agravar ainda mais a situação. Como consequências, além do perigo na própria estrutura da edificação, a baronesa causa a queda na qualidade do ambiente e mau cheiro. De acordo com especialistas, quando essas plantas morrem, toda a poluição absorvida por elas é devolvida novamente ao rio.

“A área necessita de tratores para a retirada dos dejetos que estão se espalhando por mais de 5 km, contêineres para recolhimento e caçambas específicas para a limpeza, manuseadas de forma profissional, como forma de não agredir ainda mais o meio-ambiente”, explica Marcelo Dourado, administrador e síndico do CBV.

O excesso de lixo decorre da abertura das comportas da barragem Joanes 2, no município de Mata de São João, que foram abertas quando atingiram nível de alerta na quinta-feira, 21 de abril, após as fortes chuvas que caíram no litoral norte baiano e provocaram grandes alagamentos e inundações na região.

Alarmados com a poluição desde então, os moradores locais têm se deparado com grandes volumes de resíduos, como plásticos, redes, velas, instrumentos hospitalares e cirúrgicos perfuro-cortantes, que se misturaram aos restos orgânicos da vegetação, como a conhecida baronesa, e se espalharam pela faixa de areia.

De acordo com a administração do CBV, além do perigo aos moradores da comunidade e banhistas, o desastre ambiental é maior ainda para as tartarugas marinhas e outras espécies que usam esta região como berçário natural. Os moradores que têm atuado como voluntários nesta limpeza informal estão sendo orientados a manusear os detritos somente com equipamentos de proteção individual específicos (EPIs) e fazer o descarte nos pontos de coleta adequados, inclusive dos objetos recicláveis, e concentrar o rejeite nos pontos 29 e 42.

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